Thursday, April 21, 2016

HasCon - Hasbro Convention: melhora ou piora para a franquia G.I. Joe?



Essa semana diversos sites de colecionismo ligados às franquias da Hasbro Inc. noticiaram que a empresa entrou com pedido de registro da HasCon, a Hasbro Convention na United States Patent and Trademark Office. Isso tornou essa marca a mais falada entre os fãs e abriu um leque de especulações e procura de respostas às perguntas mais frequentes: como ficam as convenções de Transformers e G.I. Joe, a BotCon e a JoeCon, respectivamente.

Como já comentamos em matéria anterior, a Hasbro não renovará com a Fun Publications, a atual administradora dos dois fã clubes, sua parceria de licenciamento para Tranformers e G.I. Joe, o que deixou dúvidas sobre o destino das duas convenções para 2017. Agora, logo após a conclusão da BotCon 2016 surge essa nova informação.

A descrição do pedido é essa:

“Organizing and conducting conventions, exhibitions, fan clubs and gatherings for entertainment purposes and in the fields of toys, animation, comic books, fantasy, gaming, popular culture, science fiction, television and film”
"Organizando e conduzindo convenções, exibições, fã clubes e encontros com propósitos de entretenimento e nos campos de brinquedos, animações, quadrinhos, fantasia, games, cultura pop, ficção científica, televisão e filmes."
Podemos perceber duas coisas: 1 - a Hasbro percebeu o enorme negócio das Convenções de cultura pop e nerdice, como San Diego Comic Con, a New York Comic Con e resolveu seguir os passos da Disney que criaou a sua própria Con e ano passado levou menos coisas para outras convenções para poder apresentar sua D23, lembrando que, se você tem tanto conteúdo, por que dividir tudo com os outros em vez de ter tudo pra vc?; 2 - a preocupação de ter todos os licenciamentos de seus produto debaixo de seu guarda-chuva, tirando qualquer dúvida da origem de seus produtos e evitar qualquer disputa. Não que a Hasbro vá ter os mesmos problemas que a Marvel para tentar juntar todos os seus personagens no mesmo estúdio, mas nenhum problema é melhor do que um problema qualquer.
Estrategicamente, faz todo sentido, já que a Hasbro tem marcas suficientes para rechear o evento e, lembre-se, é uma das maiores, se não a maior, fabricantes de jogos de tabuleiro do mundo. Battleship, o Batalha Naval, já virou filme (ruim) e pretendem fazer um de Monopoly (Banco Imobiliário). É dona do Meu Querido Poney e de mais um sem número de produtos. Já canal de animação e divisão de games. Então, sim, a Hasbro tem recheio para uma Convenção e poder atingir seu público diretamente e causar impressão.    
Mas o que isso significa para o colecionador de G.I. Joe? 
Talvez não signifique muito, já que a Hasbro anunciou recentemente que vai "renovar" a franquia pois soldados combatendo terroristas mascarados causam mal estar na vítimas do ISIS e não é isso que eles querem para sua linha de brinquedos. Dessa forma, além de ter tido pouca representatividade no mercado nos últimos tempos (Tá vendendo pouco, sim), a linha de soldadinhos pode ficar um tempo na geladeira. Por outro lado, vendo que mesmo sendo caros os exclusives do GIJCC vendem, a Hasbro pode inventar uma linha totalmente nova somente de exclusivos para colecionadores e, como se propõe a gerenciar fã clubes, pode criar o seu próprio fã clube e sua linha de mail-ins pode voltar. Só há um receio sobre o que vão lançar para esse novo mercado politicamente correto, já zumbis não deram certo e talvez repetir a receita de dinossauros e/ou espaço talvez esteja gasta. Vale lembrar que antes da organização Cobra, o único inimigo do G.I. Joe foi o Intruder, o troglodita espacial que enfrentava o G.I. Joe Action Team espacial nos anos 70, pois mesmo como soldado, a Hasbro nunca produziu o inimigo pois não queria fazer apologia aos soviéticos. Agora se repete não querendo fazer apologia ao ISIS.  
Evidentemente, uma HasCon hoje vai se voltar aos produtos mais rentáveis, como Transformers e os licenciamentos da Marvel e Star Wars. No entanto, tal evento é um trampolim de marketing para o futuro universo cinematográfico planejado pela Hasbro e a Paramount apresentando e renovando franquias de MASK, Visionaries e ROM, o Cavaleiro do espaço, que tem sua primeira capa junto com Transformes agora no mês que vem. Sem contar que temos filmes de Transformers previstos até 2019, com pelo menos dois da trupe toda e um solo do Bumbblebee. Nem falemos de todos os desenhos animados relacionados a eles depois. 
Para o Brasil, o mistério é ainda maior. Fiquei sabendo recentemente que as convenções da Barbie no Brasil realizadas com patrocínio da Mattel vetam a presença dos produtos da Estrela SA, a licenciada para o produto de 1982 à 1995, produzindo diversos itens exclusivos brasileiros meio que banidos do evento. Observando isso e sabendo que a marca "Comandos em Ação" é de propriedade da Estrela SA no Brasil assim como da marca "Falcon", corremos o risco de ter toda a linha nacional produzida entre 1984 e 1995 excluída dos eventos, uma vez que o relacionamento da duas empresas não é bom desde as histórias conhecidas de perdas de moldes de injeção, problemas com os licenciamentos, etc. E como a marca que se conhece aqui é a da Estrela, G.I. Joe precisaria de uma construção da marca que dificilmente ocorrerá sem uma animação que apoie a linha de brinquedos, quadrinhos, games e outros mídias que reforcem a marca. Os dois longa metragens para cinema embora não sejam prejuízos não foram bilheterias impressionantes, apenas serviram para manter a franquia viva para um terceiro filme, hoje sem novidades de produção. 
O relacionamento da Hasbro Brasil com os fãs de Transformers é ótimo, inclusive tiveram uma exposição itinerante por shopping centers que contou com o acervo de diversos colecionadores. E um dos principais ilustradores de Transformers é o brasileiro Marcelo Mattere, conhecido nosso. Infelizmente nós, fãs de G.I. Joe, não tivemos a mesma deferência, já que nunca houve apoio ou presença da Hasbro a nenhuma de nossas convenções, mesmo com a divulgação e pedido de presença (nem foi pedida, ajuda de qualquer forma, imagina se pedissem). Até hoje recordo como o Luis Paulo, dono do Arsenal 51 e o casal Pedro e Mariana, proprietários da extinta Taverna do Ogro Encantado, foram tratados com pouca importância pela Paramount na época do lançamento do filme G.I. Joe: Retaliation, quase como mendigos, para conseguir alguns posters e ingressos para sorteio no evento de warming que foi realizado na época. 
Então, meu amigo colecionador de G.I. Joe, se você acha que não sabe o que é pertencer a uma minoria, lamento de dizer que você sabe, sim.
P.S.: Claro que sem a Hasbro confirmar, tal evento ainda é uma especulação. Até o momento, é só um pedido de registro de marca. Mas...




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