Wednesday, December 11, 2019

Falcon e a Operação Primus


E passamos pela CCXP com os lançamentos de Falcon e veio a tão falada e esperada história em quadrinhos, a graphic novel do Falcon, entitulada Operação Primus. 

Editada pelo selo Estrela Cultural, o ramo editoral da empresa, a edição vem com uma história em 64 páginas, em papal couché 150g/m² e capa dura, apresentada em uma luva de papelão impresso com a arte da capa e filmado para impermeabilizar. O acabamento ficou ótimo e, para mercado editoral brasileiro, veio a um preço de prateleira considerado justo: R$ 79,90. Existem impressões mais em conta e bem mais caras também nos mesmo moldes. O formato é um pouco maior que o chamado formato americano (17 x 26 cm), em 19 x 28 cm. 

Acho que posso falar com propriedade sobre o custo estar dentro do mercado, pois avalie projetos culturais por muito tempo, tanto na LINC - Lei de Incentivo à Cultura de Sorocaba, quando para o PROAC. Acho que isso deve ajudar a avaliar o restante também. 


Dito isso da qualidade da impressão e tudo mais, vamos ao que interessa: a história. 

O argumento ficou a cargo do Daniel Esteves. A roteirização ficou com a Larissa Palmieri e o Tiago Oaks e a arte com Marcos Farrel. Abaixo temos as mini biografias deles como apresentadas na publicação. Toda a equipe tem experiência no mercado editoral e já realizou diversos projetos. 






Feliz ou infelizmente, para quem é macaco velho de leitura de quadrinhos (tipo eu que tenho um acervo modesto, mas respeitável) a história tem falhas. 

Uma delas é o ritmo, a história parece corrida, algo que se resolveria que alguns indicadores "algum tempo depois", "algumas horas depois", "4000 km depois" e assim por diante. É o mesmo problema que encontramos em "O Despertar da Força" onde a galáxia parece ter ficado pequena e todo mundo vai de um lado para outro sem o tempo passar. 

A história parece simplificada, embora apresente solução e resposta para cada uma das perguntas que os pequenos fãs de Falcon (aqueles dos anos 70 e 80) tinham desde sempre e que não tiveram acesso aos quadrinhos e discos da aventuras do Falcon naquela época. Neste ponto não vou contar spoiler nenhum. 

A história apresenta novos personagens e perspectivas. Meu amigo Ricardo Beluchi definiu bem a sensação de ler: "é como os Novos 52 do Falcon".

Temos a personagem Sétima, que entra para os Comandos em Ação como uma Falcon e descobrimos vários Falcons na base (que, esperamos, se tornem figuras no futuro). Ante de algum desavisado reclamar de "Comandos em Ação" esse foi o primeiro nome da linha, lá em 1977: Comandos em Ação - Falcon". O nome só foi reapresentado, depois, em 1984, para a linha GI Joe de 3 3/4", que virou seu sinônimo. Veja na propaganda original de 1977:


O visual das personagens é bem paramilitar, moderno, possivelmente sugerindo os passos da franquia dos bonecos para o futuro. E sim, nos quadrinhos eles usam armas (menos o Primus) mas as figuras devem continuar seguindo a política da empresa de não serem vendidas com armas, mesmo para o mercado colecionador. 




Algumas soluções mágicas aparecem, alguns clichês. No fim, a história parece muito com algo vintage, no espírito dos quadrinhos dos anos 70, mas com uma aparência moderna de videogame de guerra. E vários cenários tem clara inspiração em Alien e Predador. Isso não desmerece o quadrinho, mas deve fazer algum fã menos conhecedor do Falcon ou da premissa da história, considerar soluções preguiçosas, o que não creio ser o caso. Parece mais uma vontade do fã service. 


No entanto, para quem está acostumado com quadrinhos, filmes e séries, o surgimento do vilão e sua real identidade são meio que cantados já no meio da história. Como é voltado, sim para o público jovem, talvez estes não peguem isso de prima. Mas para nós, macacos velhos, tá fácil. 

Não creio que a arte esteja ruim, pelo contrário, vi qualidade e encaro como surpresa boa no mercado nacional. Alguns "críticos" mais sérios disseram parecer arte de publicidade. Mas qual quadrinho não é? 

Para os fãs do Falcon, de raiz, aquele aventureiro dos anos 70, vale conferir, vale ter na estante. as falhas não desmerecem a obra e o esforço para que ela exista e a história deixa em aberto diversos pontos a serem explorados, tanto do passado desse Falcon Primus, quanto do futuro e, mais ainda, daqueles que estavam lá, entre o Primus e a Sétima. Qual será a história de Quintus?

Se eu tivesse que dar uma nota, de 1 a 5, seria um 3. Se eu não conhecesse o personagem, a história, as edições antigas e tudo mais, seria tentado a dar uma nota mais baixa. Mas eu entendo o trabalho apresentado e a tentativa de tornar novo o velho e responder perguntas de forma satisfatória para um público exigente. Talvez, com mais páginas, a história fluísse melhor, mais conexa e coerente, menos corrida. Dá uma impressão, talvez imposição dos poderes superiores, de ter muitas respostas numa história só. Meio que o mesmo pecado cometido em Han Solo: explicar o que já existe de uma vez só, sem deixar mistérios para a segunda parte. 

Vamos esperar que essa experiência renda logo uma continuação e que, sem a pressão de responder perguntas em pouco espaço, tenhamos algo mais complexo. 

Abaixo, para quem quiser, vem a parte com spoilers. Não precisa continuar se não quiser.











Tem certeza? 


















Continue por sua conta e risco.























Ah... as perguntas. 

De onde vem a cicatriz de todos os Falcons? 

A resposta foi interessante por se tratar de um rito de passagem, como uma formatura. Todos os recutas dos Comandos em Ação são infectados com uma toxina alienígena de uma faca alien e o soro Falcon reage e os cura. Se der certo, cicatrizam o corte da faca, deixando a marca do Falcon. É uma explicação razoável. Não sei se gostei, mas considero uma ideia mais fácil do que inventar clonagem ou outra forma de seleção. É uma justificativa, a marca é um merecimento. E faz lembrar dos predadores que se marcam com o ácido do alien que matam. 

Quem é o Torak?

Ora.. sempre achamos que era um alien, mas nesta história escolhem que os aliens não vem de outro planeta, mas de outra dimensão. Num momento bem Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, nossos inimigos são de outra dimensão e não podem existir na nossa sem colete e capacete. 

Mas curioso é que o cientista fundador dos Comandos em Ação e criador do soro Falcon não conseguiu ele mesmo ser Falcon e, por isso, vai para a outra dimensão e se torna um deles. Ou melhor, o líder deles. Um momento bem Dr Doom.




E a garra do Torak?

Depois de tentar dominar a mente de todos e falhar em tentar dominar a mente de Primus, ele tem sua mão esquerda cortada pela Sétima. Daí temos a origem da garra.

Agora ficam para o futuro perguntas como "o que aconteceu para o Primus deixar os Comandos em Ação" e não querer voltar. O que fizeram o deixou desgostoso com a instituição? Bem trabalhada pode ser uma tremenda história de corrupção, conflito de interesses e desejo de poder. Tipo o Nick Fury querendo fazer armas com o Tesseract para defender a Terra do que vem por aí. Isso já fica implícito na história contada nesse livro.

Como disse antes, tem muitos caminhos para seguir a partir daqui e, assim, se podem corrigir as falhas e nortear melhor os caminhos.


Tuesday, December 03, 2019

Olhos de Águia - Primeiros Contatos



Amanhã, dia 4 de dezembro de 2019, no stand da Brinquedos Estrela na CCXP, teremos o relançamento de algo que pensou-se nunca mais ver no Brasil: o Falcon Olhos de Águia. 

Grande desejo de consumo no começo dos anos 80(foi lançado o primeiro em 1979) para muitos garotos (eu tive 3) parou de ser fabricado em 1983, com o fim da linha. Os relançamentos de 94 e 2000 não tinham olhos de águia. O mercado atual não era amigável ao Falcon, mas mesmo assim a Estrela arriscou o relançamento do boneco em 2017. 

Agora, com o modelo de venda de edição limitada e numerada se mostrando um sucesso como promoção do e-commerce, a linha conhece uma nova fase, uma nova vida e, assim, depois de muito trabalho para recriar o mecanismo de movimento dos olhos e vários estudos, os Olhos de Águia, os ODA, estão de volta. 


As primeiras fotos vazaram da linha de produção, são fotos de protótipos e o produto final pode variar. Serão três aventuras diferentes: o Patrulheiro Loiro, o Marinheiro Ruivo e o Piloto Castanho. 




As inspiração são claras dos filmes de aventura antigos e dos estereótipos de livros e quadrinhos, como o bom e velho lobo do mar de navios mercantes. Dá pra imaginar um cachimbo no canto da boca ou um Capitão Haddock. Exceto pelo quepe branco. 



O Piloto pode ser qualquer piloto de helicóptero dos últimos 40 anos, não tem segredo. O macacão e voo é padrão, mas o capacete vermelho era comum com as tripulações do Vietnã. 



Já o patrulheiro é um mix de imagens, como dos generais de filmes que usam jaquetas de couro e capacete, desde a imagem icônica do General Patton até o General Hawk do GI Joe, mas com um clássico capacete M1 com cobertura de tecido. 




Verdade seja dita, os lançamentos ficaram ótimos. As roupas terão uma qualidade melhor que a das fotos, provavelmente estão até melhores do que originais dos anos 80, mas veremos. Ainda não teremos armas e o número de acessórios parece pequeno, provavelmente até para manter o preço dentro dos R$ 399,99 previstos para o lançamento. 

O lançamento ocorre nesta quarta, na Spoiler Night da CCXP, com venda para os presentes e, depois do lançamento, estará disponível para os membros do Fã Clube do Falcon e, depois, com venda aberta para o grande público. Serão 1000 peças de cada aventura, numeradas e com artes individuais do Marcelo Peron para cada uma das aventuras. 


Ainda teremos o lançamento do Falcon Primus, que seria inspirado na história em quadrinhos que também será lançada lá e, ao contrário do que muitos esperavam, não será um reaproveitamento de corpos de Falcon Turbocóptero e Falcon Explorador, e sim corpos novos, injetados já com o molde reparado, sem as rebarbas na canela e com o problema da reação do PVC do corpo com o vinil da cabeça resolvido, evitando a marca branca característica dos modelos iniciais do relançamento. 

O Primus tem preço previsto de R$ 199,99 e o livro R$ 99,99. 

Estaremos ao vivo amanhã, na Spoiler Night, graças ao convite da Brinquedos Estrela, transmitindo pela página do Brajoes as novidades. 




Wednesday, November 13, 2019

Buggy do Falcon: alegria, pranto, ranger de dentes, fatos e suposições.



E finalmente, e antes do esperado, a Estrela SA, a nossa Brinquedos Estrela, lança o tão pedido e sonhado Buggy do Falcon, repaginado como Buggy com Radar: Perseguição no Saara. 

Como já havíamos divulgado antes (leia aqui), o buggy estava nos planos da Estrela mas era meio que algo para o ano que vem e foi antecipado, primeiro para alegria geral e surpresa e com a incógnita de como fica o Falcon Primus nessa história e tão perto do lançamento dos Olhos de Águia no fim do ano, na CCXP. 

E, claro, todos esperavam o buggy no preço do Jipe de Aventuras do Falcon que, ainda, está à venda pelo preço de R$ 99,99. Mas como o buggy seria uma edição limitada já era esperado que fosse mais caro, no entanto a comunidade de colecionadores ficou surpresa com o preço de R$ 299,99. Para um item confeccionado com plástico polipropileno soprado é uma percepção de valor bem elevada, ainda mais se comparado com o jipe. No entanto, várias considerações devem ser feitas, não como defesa da empresa em sua estratégia de vendas de mercado de nicho, mas para tentar entender que esse custo não é de todo injustificado. 

Claro que, para o colecionador que comprou o Falcon Nautilus: Missão Abrolhos (leia aqui) a percepção de preço é discrepante pois um produto de maior complexidade como é o caso do boneco apresenta o mesmo custo final de R$ 299,99, comparado com algo é somente soprada uma massa de plástico em uma forma e não tem as partes menores, coladas e rebitadas do Falcon. É difícil para o colecionador entender a métrica usada para construir os dois preços. Então vamos tentar. 

Quando o Falcon foi relançado em 2017 foram lançados dois modelos, o Falcon Explorador e o Falcon Turbocóptero e como promoção exclusiva do site, do e-commerce da Estrela, o Jipe de Aventuras. (leia aqui)



Como a Estrela ficou empolgada com a receptividade da mídia e do público, injetou um monte, mas também respeitando o principio que a manufatura sempre usa: se você produz mais, reduz o preço na escala. A Estrela nunca divulgou os números de sua produção nesse ano, mas os boatos e indícios que foram entre 20 e 25 mil Falcons produzidos naquele ano, todos morenos e com barba e, inclusive, há quem diga que o Salto Fantástico, lançado em dezembro de 2017, é uma parte dos primeiro sproduzidos mas com a roupa e os acessórios. (Leia sobre o Salto Fantástico aqui). Do jipe, nem fazemos ideia de quanto foi produzido. Mas ouvi da Natália Lamano, que foi responsável pela linha do Falcon, que a máquina que injeta o jipe não é ligada para produzir menos de 3 mil peças, pois o custo de operação, mais a mão de obra para acabamento das peças e tudo mais, não permite uma escala menor. 

Então, aos fatos: quando o jipe encalhou, pois até hoje ainda existe Jipe de Aventuras do Falcon em estoque, o buggy foi engavetado, pois não havia como produzir o buggy, de acordo com a política de custo de produção da fábrica. Afinal, com centenas de jipes parados, injetar mais alguns milhares de buggys era certeza de encalhe e dinheiro parado. O buggy tinha morrido ali, mesmo com o Ricardo Beluchi fazendo uma campanha pela volta do buggy. 

Mas daí, no final de 2018, a Estrela fez um teste com os Falcons de Edição Limitada.(Leia aqui) E foi um sucesso, apesar dos problemas de logística e tudo mais, pois a Estrela não estava preparada com um e-commerce melhor e tiveram problemas na produção, que foi atrasada. O atraso da produção foi, justamente, poque a fábrica tinha uma encomenda grande de bonecas para exportação e o diretor não quis parar a linha para trabalhar 1200 falcons para fim de ano. Na visão do diretor da planta fabril produzir em massa é mais interessante, lucrativo e prático do que produzir em pequena escala. é troca de molde, de método de produção, deslocamento de pessoal, mudança de matéria prima, mudança de PCP e tudo mais. Dor de cabeça. Por isso o Falcon atrasou em 2018. 

As edições limitadas venderam rápido para os colecionadores e isso mostrou para a Estrela o tamanho do mercado dela para o Falcon e, hoje, se estabeleceu que são 1000 bonecos por aventura. O preço inicial de R$ 400,00 por item, ficou. Os ODA virão ainda com preço desconhecido, mas dada a complexidade e o trabalho para refazer e consertar moldes de injeção, deve ficar entre R$ 400,00 e R$ 500,00 reais. Mesmo que fique mais, ainda será mais barato do que os R$ 1000,00 que se pede por uma cabeça olhos de águia dos anos 80. 

E como edição limitada, mesmo que não numerada, o relançamento do buggy nos deixa felizes mas, ao mesmo tempo, chocados com o preço. Evidente que eu gostaria que fosse mais barato, mas como pesquisador do mercado e da lógica de produção, me sinto forçado a entender e concordar com o mercado. R$ 300,00 é um preço justo. 

Não sabemos quantos serão injetados, mas sabemos que qualquer volume abaixo de 3000 mil peças é prejuízo ou custo elevado. Se forem 500, conforme me foi dado a entender pela responsável pela linha em agosto, esse custo está dentro do esperado pela escala reduzida de produção. Esse custo envolve desde a compra de menos matéria prima, o que reduz o poder de negociação e compra e até o fato de que a Estrela, segundo soubemos por alguns fornecedores, não está podendo faturar com alguns deles, podendo somente comprar matéria prima à vista. Envolve o próprio custo da máquina, uma injetora das antigonas que consome muito e até o pessoal que ficará nessa linha. A produtividade desse item é baixa e desloca pessoal para tirar rebarba na faca por horas, com vários riscos laborais. 

E nem falamos dos custos em impostos e outros fatores que encarecem a produção no Brasil, incluindo os custos de logística. Muita gente pensa que como o Explorador e o Turbocóptero já foram vendidos por R$ 99,99 em promoções de black friday esse é custo deles, mas todas as estimativas deixam que o custo final do Falcon Explorador fique em torno de R$ 130,00 a R$ 140,00. Então, sim, algumas unidades foram vendidas abaixo do custo, bem abaixo do custo, como promoção, simplesmente porque, à vezes, compensa para empresa como forma de propaganda fazer isso para possibilitar ao consumidor que deseja, mas não teve acesso, ter esse acesso e, assim, despertar o desejo de ter mais pelo preço convencional ou incentivar a compra dos similares que não estavam em promoção. 

Outra coisa que ainda mantém a linha é o fato de ter se tornado promoção exclusiva do e-commerce, o que torna um item de venda direta ao consumidor, sem intermediários, sem tempo gondola e sem possibilidade de encalhe. 

O mercado nacional de brinquedos trabalha com uma margem de 20% para o distribuidor final, as lojas. Assim, qualquer brinquedo que você compre na Ri Happy, PB Kids ou qualquer outra loja, que você paga R$ 100,00, custou, para a loja, R$ 80,00. Desses 20% de margem, a loja tem que tirar todo seu custo e seu lucro. Hoje, se uma loja tem 7% de lucro num produto, é felicidade. Mas essa margem cai pelo tempo de gondola, o tempo que o produto fica na prateleira esperando vender e, esse tempo, em geral, é maior do que o tempo do faturamento do pedido e também pela custo de operação com cartões e tudo mais. 

Pra Estrela é ótimo não ter que dividir sua margem com terceiros pela compra direta, mas seus preços obedecem as regras de todos os produtos que serão vendidos ao varejo e, assim, essa margem que não vai para o varejista fica para a Estrela. E pra uma empresa que acabou de registrar prejuízo qualquer lucro adicional é ótimo. E esse adicional é o que mantém a linha hoje, pois se fosse para o varejo, não se justificaria mais a produção.

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Agora, falando realmente do Buggy, a cor preta ficou ótima, embora todo mundo tenha pensado em beje por conta da palavra "Saara" na divulgação. Os adesivos com a escala de verde eu achei lindos. Se bem que, parece mais um verde bem escuro do que preto. Quando o meu chegar eu abro e descubro exatamente vejo se faço um unboxing. 

Claro que a caixa conta com a arte do amigo Marcelo Peron e aquele acabamento para parecer mais velhinha. Muita gente estava querendo que o buggy tivesse a escala da arte da caixa, para o Falcon até ter espaço para dar uns amassos na Barbie... mas não vai rolar. Nem vão criar um novo molde para isso, pelos óbvios motivos de custo. 



As fotos mostram que é o mesmo molde do clássico azul, incluindo o radar. Algumas pessoas reclamaram, na monocórdia mesmice, de que o veículo não vem com armas. Mas o original nunca teve armas, só o radar. Na foto abaixo o lançador vinha no jipe azul. 




E mesmo esse jipe azul não é o veículo original desse lança mísseis, pois o mesmo vinha com um jipe do Exército Brasileiro que a Estrela produziu nos anos 70 e, inclusive, o lançou como parte dos Comandos em Ação. 


Mas comparando o jipe azul com o preto, é realmente o mesmo jipe, apenas em cor diferente. Se for comparar os dois, deve-se encontrar as mesmas marcas de injeção, assim como o fizeram com o jipe. 



E vale lembrar que nem o jipe era original do Falcon, mas da Susi, era o Bell Buggy, de 1974. Roubei uma foto da amiga Ana Caldatto para ilustrar aqui. 



Confesso que eu gostaria que fosse mais barato para eu comprar mais e customizar um. Mas não vai ser dessa vez. 





Agora, falando em mercado, um buggy do Falcon original já chegou a ser vendido por R$ 6.000,00 sem caixa. Me ofereceram um por R$ 2.500,00 uma vez, mas na época eu dava isso de entrada em um buggy de verdade. Nesse momento, tem um no Mercado Livre, sem adesivos, sem radar, sem santo-antônio, sem volante, por R$ 900,00. E teremos um novo, na caixa, por R$ 300,00. Sim, é caro, Não, não é para todo mundo. Não, não acho que a Estrela esteja explorando o pobre colecionador com preços extorsivos. Mas ainda é melhor que pagar milhares de reais pelo original. A percepção de valor à partir do jipe ou da suposta simplicidade de produção é equivocada. 

Não vou dizer que devem ficar felizes por ter buggy novamente e nem que sem isso pode não ter mais Falcon. Isso vai acontecer um dia. Mais cedo ou mais tarde o Falcon acaba de novo. Mas talvez não se deva demonizar tanto uma empresa e um produto por querer fazer o que uma empresa faz, que é lucrar. É disso que ela vive. Nem minimizar a qualidade do produto que, já era fora da escala em 1983 e nunca nos fez brincar menos (pelo menos, quem teve, eu não tive) e a qualidade é mesma de antes, o mesmo CARRINHO DE BRINQUEDO de 1980 e tanto. 

Mesmo com o custo alto, ainda é um brinquedo, foi concebido assim em sua criação e continuará assim. Infelizmente não podemos exigir a qualidade de um Hot Toys ou um Sideshow com o preço de um xing ling. Não é uma questão de se "conformar" com o que temos, mas entender que o produto era assim em 1980 e é o mesmo hoje. A diferença, talvez, seja o fato de não sermos mais crianças e termos a mesma aura de magia quanto ao brinquedo. E, ao mesmo tempo, ao sermos adultos temos uma outra percepção de valor. Vi alguns pedindo boicote ao produto para forçar a empresa a baixar o preço. Isso não vai acontecer. É quase o mesmo que pedir boicote à Globo por ser golpista ou mentirosa: a melhor novela ainda passa lá. Boicotar a empresa que produz os únicos Falcon/GI Joes no mundo hoje é uma bobagem. 

Desejo sorte à Estrela na empreitada do buggy, seja edição limitada por produção ou seja que a pré-venda tenha sido concebida para medir o mercado desse item. E desejo sorte a quem puder comprar dez deles para vender no futuro por mirlão cada. Pois já sabemos quanto esse buggy vai custar daqui uns anos, com ou sem boicote. 

Já que divide em 10 vezes, eu comprei dois. Se eu pudesse, tinha comprado 10. Em 10 vezes.

E fica a sugestão pra Estrela: olha que lindo era esse buggy de areia da Susi... se ainda tem molde, o Falcon pode ter uma aventura nas dunas do Maranhão... nem precisa das armas, eu mesmo armo um buggy desses depois com metralhadoras chinesas.


Atualização:

A Estrela lançou um anúncio abrindo a venda para todos, não somente o pessoal do Fã Clube do Falcon. O produto está disponível para pronta entrega e a pré-venda foi apenas para prestigiar os sócios do Clube com a prioridade de compra. E confirmou que foram produzidas 500 unidades. Assim, com umat iragem baixa, fica confirmada a razão do preço elevado. 


Mas a polêmica continua e as reclamações também. Embora parte da comunidade tenha recebido a novidade de braços abertos, mesmo estranhando o preço, outra parte o considera injustificável e abusivo, acusando a empresa de desejar explorar o colecionador. As discussões prometem permanecer acirradas até o lançamento dos Olhos de Águia na semana da CCXP, onde o preço, ainda desconhecido, deverá trazer muito mais debates, pra bem ou pra mal.

De minha parte, fico feliz com o lançamento, triste com o preço, alegre com a chegada da caixa e pesaroso de nem todos os colecionadores conseguirem dar o valor agregado devia a um item muito pedido e lançado com muito esforço pela Estrela depois do fracasso do jipe. Mas a linha sobrevive, segue adiante. Apesar dos pessimistas.

Wednesday, August 21, 2019

O futuro do Falcon



Na última sexta-feira, dia 16 de agosto, tive uma reunião no escritório da Estrela, em São Paulo, para tratar da parceria da Estrela com o Brajoes, o Fã Clube dos Colecionadores de Comandos em Ação, Falcon e G.I. Joe, do qual faço parte há duas décadas e o qual hoje presido. Essa parceria é focada na Convenção Brajoes desse ano, que ocorrerá dia 7 de setembro. 

A Estrela nos deu alguns Falcons Explorador, Turbocóptero e Salto Fantástico para ações de sorteio e premiação das atividades do evento e algumas dessas ações já estão ocorrendo. 

Mais detalhes da Convenção Brajoes vocês conseguem no evento no Facebook: 


Mas a reunião, além de confirmar essa parceria, que vem desde 2017, nos rendeu mais do que o esperado e recebemos uma série de informações sobre o futuro do Falcon na Estrela. Infelizmente, ainda não temos imagens desses lançamentos. Ainda. Conforme forem chegando as datas dos lançamentos, devemos receber atualizações.



Falcon Primus

No final de outubro para começo de novembro, sem data exata ainda, a Estrela lançará uma graphic novel do Falcon, uma história em quadrinhos contando a origem do primeiro Falcon. Essa história sai pela parte editorial da empresa, a Estrela Cultural.

Não temos detalhes da história em quadrinhos e pode ser que haja um evento de lançamento dessa graphic novel. Esperemos mais informações sobre a história com a proximidade do lançamento. Sabe-se que trará a origem do personagem, da cicatriz, do Torak e tudo mais.  

Mas é interessante o desejo da empresa de, finalmente, explorar mais a mitologia em torno do Falcon e criar um background para as aventuras. Nos anos 80 tivemos 4 números de uma revista em quadrinhos e discos de vinil de aventuras contra o Torak. 







Criar uma mitologia própria ajuda, também, a distanciar ainda mais o personagem de sua origem com a Hasbro, fixando o Falcon como um herói brasileiro. E isso é ótimo para nós, fãs.

Acompanhando esse lançamento, vira um boneco, o Falcon Primus. 

Não será uma venda casada, podem ser adquiridos separadamente. 

Sem detalhes sobre o boneco, sabemos que será uma edição limitada mas não será numerada e, conforme o modelo vigente, será disponibilizado primeiramente para os sócios do Fã Clube do Falcon Estrela e um segundo lote, depois, para público geral, somente para venda pelo e-commerce da Estrela. 

A previsão é ser, novamente, uma tiragem de mil peças a ser disponibilizada em dois lotes de 500 peças. 

Será de olhos pintados e não olhos de águia e não sabemos se será com ou sem barba, mas tudo indica que será o clássico barbado moreno. 

Os Olhos de Águia



Para o fim do ano, com lançamento na semana da CCXP e na própria CCXP, como no ano passado, teremos não um, e nem dois, mas sim, três bonecos Falcon Olhos de Águia. 

Serão três aventuras, tiragem limitada e numerada de cada um, um total de mil de cada. Sim, 3 mil Falcons no fim do ano. Preparem seus décimo terceiros...

Não temos detalhes sobre quais aventuras serão produzidas... Mas...  durante a conversa escapou algo sobre uma das aventuras ser o ruivo agente secreto. Se for, é uma das aventuras mais desejadas, inclusive por mim, que não tive esse quando criança. 

Meu primeiro Falcon foi o piloto do macacão azul, sem barba. Quando eu disse isso a informação foi anotada com muito interesse. Será que teremos um piloto do macacão azul?

No entanto, nenhum dos Falcon ODA será sem barba pois a informação é que o molde foi danificado e o boneco sem barba apresenta uma espécie de buraco no rosto e a barba esconde o buraco, mas inviabiliza a apresentação sem barba. 

Veremos como será. 

Buggy do Falcon

Ano passado meu amigo Ricardo Beluchi lançou um abaixo assinado para a Estrela trazer o falcon de volta. Inicialmente a mensagem foi: não.

E por que não?

Simplesmente porque o lançamento do jipe do Falcon flopou. Foi soprado um monte deles, virou promo exclusiva do e-commerce e não vendeu, tem um monte deles no estoque. E o receio é que o buggy iria para o mesmo caminho. 

No entanto o modelo de limitado e numerado, a venda certa e cliente certo possibilitou esse projeto e, no ano que vem, em algum momento, teremos uma tiragem limitada do buggy do Falcon. Tudo indica que será de 500 peças ou menos e, provavelmente, só pra o Fã Clube do Falcon. 



Mas teremos buggy. Se der certo, uma outra tiragem, de outro modelo, cor ou inspiração pode acontecer. 

Eu vou comprar pelos menos dois. Não me importa a cor. 

Projetos futuros

O modelos de venda do Fã Clube do Falcon se mostrou a única maneira de o Falcon se manter em produção no momento. É um brinquedo que atende o saudosismo e o resgate emocional de uma parcela razoável de público com bom pode aquisitivo e agora, com o número ajustado para atender esse mercado, a marca deve perseverar por algum tempo ainda, mesmo com resistência dentro da própria Estrela. Sabemos por diversas fontes que é um produto difícil de produzir, custoso em tempo e mão de obra e com um público que se tornou exigente. Às vezes até exigente além da conta. E nenhum diretor de planta fabril gosta de parar a produção de um pedido de 50 mil peças de qualquer coisa para produzir apenas mil peças de uma coisa qualquer. Tem custo de hora máquina, de mão de obra, compra de matéria prima reduzida, o que reduz o poder de barganha pela preço de lotes e tudo mais que quem trabalha no ramo industrial entende que não entre na cabeça de pessoas que se guiam mais pelo coração do que pela razão. 

Mas o Falcon segue contando como simpatia de alguns grupos e dos donos do negócio que concordam que o modelo de e-commerce e venda direta funciona. Sem tempo de prateleira, sem tempo de estoque, pagamentos imediatos. O Falcon Nautilus teve 500 peças vendidas em menos de 3 horas. O segundo lote esgotou em menos de 7, fora do Clube. Assim, a Estrela fez um faturamento com o Falcon de cerva de 300 mil reais em menos de 12 horas. É um número expressivo para uma empresa que enfrenta todas as dificuldades que o mercado nacional de brinquedos oferece. Só esse esforço já é louvável. 

Vários projetos estão em andamento e podemos ter a linha futurista de volta. Vários moldes estão sendo resgatados e as possibilidades estão sendo averiguadas tanto para lançar aventuras inéditas, aventuras repaginadas e também uma linha de aventuras vintage, exatamente como foram lançadas na época, para atender os saudosistas. Não haverá produção de moldes novos pelo custo impeditivo, mas o que puder ser restaurado com baixo custo e ser reutilizado, será. Quais os moldes encontrados e disponíveis? Saberemos quando surgirem.

As armas não serão inclusas, mesmo visando os colecionadores pois a visão da empresa sobre o assunto não será flexibilizada. A empresa não quer passar a mensagem errada sobre seu conceito de brinquedo. Algumas adaptações serão feitas. Discordando ou não do ponto de vista da empresa, a polêmica das armas no atual cenário nacional não é algo que a empresa deseja e vai evitá-la, sim. 

Mas a pistola sinalizadora voltará pois é item de segurança e sobrevivência. 

O projeto de cartelas de acessórios foi desengavetado e devemos ter novidades em breve. 

Enfim, vamos aguardar os projetos futuros. E fiquemos felizes porque, sim, há um futuro para o Falcon. 

Em tempo:

Não vai ter Condor, não tem molde. E não tem provisão de investimento para criar um molde caro para as peças do Condor. Então, sem Condor por impossibilidade técnica.

Errata: Foram publicadas 5 edições da revista em quadrinhos do Falcon nos anos 80, e não 4.