Tuesday, January 22, 2013

As coisas como deveriam ser - Parte 1 - Blowtorch

Lança-chamas M2-2 com sua caixa
A arma: lança-chamas

     Reinaugurando as postagens no blog, transfiro para cá minha série As Coisas Como Deveriam Ser.
     Várias figuras lançadas tanto no Brasil quanto nos EUA, só no Brasil ou só nos EUA, concordamos que poderiam ser melhores. O Blowtorch é um bom exemplo: quem quer em campo de combate, selva, urbano deserto ou ártico, um soldado de parece um alvo com todo esse amarelo e vermelho? Céus, o cara é uma marca no campo de batalha!
     E vale lembrar que na Segunda Guerra Mundial esse caras com o tanque de combustível nas costas era alvos preferenciais, pois levavam vários companheiros quando explodiam em campo. Eram chamados de Zippo, em homenagem ao isqueiro.
     O uso do fogo como arma é tão antigo quanto sua descoberta, embora muitos afirmem que isso seja somente especulação. No entanto, flechas flamejantes, fogo grego, e tantos outros artefatos incendiário são constantemente descritos historicamente. 
"Aparato Portátil de Trincheira" da Primeira Guerra Mundias, também conhecido como "Protetor de Chamas" ou Lançador de Chamas". Esta foto aprensenta muitos pontos interessantes, a destacar: 1) Os dois pontos de spray estão em posições opostas, sigificando que a peça toda era colocada dentro ou sobre a trincheira; 2) Não há uma garrafa de pressão visível; 3) a vara e a mangueira são muito pequenas para uma descarga adequada; 4) Os tanques são extremamente grandes e provavelmente muito, muito pesados quando carregados; 5) as mangueiras de descarga à esquerda e à frente do operador tornam impossível escalar e muito difícil andar. Foto AMCCOM Historical Office, American University.
     Os primeiros lança-chamas foram testados por ingleses e alemães na Primeira Guerra Mundial. Mas somente durante a Segunda Guerra Mundial a tecnologia estava realmente disponível, e em cenários adequados, para que um lança-chamas fosse realmente útil como arma de infantaria. 
Teste de lança-chamas pelo Exército do Império Alemão, 1901
     Nas verdade, os alemães começaram a desenvolver os lança-chamas antes do início do conflito de 1914, desenvolvendo e usando muitos modelos. Os lança-chamas foram desenvolvidos como armas de choque para quebrar e penetrar o sistema defensivo de trincheiras. As tropas de choque  empregavam os lança-chamas em conjunto com granadas e armas automáticas, como uma prévia do que seria uma ataque de Blitzkrieg da Segunda Guerra Mundial. Seu primeiro uso data de 1915 pelo Exército Imperial Alemão. Os testes remontam a 1901.
     Dessa forma, é natural que tal arma tivesse feito parte de arsenais de todos os lados na Segunda Guerra Mundial, embora já no começo a experiência anterior tenha munido os alemãs com excelentes modelos de lança-chamas e tropas muito experientes no seu uso.
Lança-chamas M1
Lança-chamas M2-2


     No entanto, os estadunidenses foram seus mais notórios usuários, principalmente na campanha do Pacífico, onde era o método preferencial para desentocar os combatentes japoneses de bunkers quando este insistiam em não sair de lá. É fato, no entanto, que os soldados estadunidenses não pediam muitas vezes para que os combatentes japoneses saíssem ou quiça esperassem muito tempo para fazer logo seu trabalho e ir para o próximo bunker. Foi um período de crueldade de ambos os lados.
Lança-chamas M2A1-2 - Réplica usada em encenações.
     Os EUA não desenvolveram lança-chamas na WWI e nem no período entre guerras, sequer fizeram pesquisas até sua entrada na WWII. Até esse ponto, a Kincaid Fire Extinqisher Co teve 90 dias para desenvolver o M1. Este foi um enorme fracasso, e foi feito um grande investimento em pesquisa e desenvolvimento do segundo modelo, o M2. O M2 acabou sendo o mais marcante lança-chamas do conflito, ainda mais pelo M2-2 ter sido pesquisado e desenvolvido em um período de tempo tão curto pela indústria, universidades, ramos do Exército e várias características foram copiadas de outros países. Muito da informação necessária para compilar toda a história do desenvolvimento se dispersou e foi perdida. Cada um dos poucos livros sobre lança-chamas requerem esforço monumental para recriar a informação.
     Mas voltando ao teatro de operações do Pacífico, foi somente lá que os Marines, encontrando um inimigo altamente determinado e entrincheirado, que o lança-chamas se mostrou a arma mais efetiva para o terreno e o uso tático a que se destina. Os Marines rapidamente desenvolverem a técnica e as táticas de uso, e seu uso foi um sucesso contra os japoneses.
     Na Europa, as distâncias de combate eram muito maiores e com menos vegetação que pudesse ser usada para se esconder. O alcance curto do lança-chamas (o M1 atingia 15 metros, o M2-2, 20 metros), mesmo tendo modelos que podiam ser montados em veículos, o lança-chamas era usado em casos isolados e ficava na retaguarda até que tais casos surgissem. Surpreendentemente, próximo ao fim da guerra, o General Patton descobriu que quando um bunker ficava cercado e um tanque lançava uma pequena rajada de chamas do lado de fora, o alemães se rendiam em massa, diferentemente dos japoneses.

Lança-chamas M3, peça montada em tanques Sherman e Stuart .
Lança-chamas M9-7, com disparador tradicional



Lança-chamas M9-7, com o disparador tardio.
     Os lança-chamas tiverem algum uso na Guerra da Coréia e foram reformulados para serem utilizados, onde o modelo era o M2A1-2, uma versão melhorada do que usavam na WWII. 
   Durante a Guerra do Vietnã surgiu o modelo M9-7, com várias modificações e ampliação do alcance, mas no começo usavam o M2A1-7, que era uma melhoria do M2A1-2 usado na Coréia.
M202 Flash

M202 Flash
     O M9-7 foi o último modelo de lança-chamas em uso no US Army, pois em 1978 eles foram aposentados e substituídos pelo M202 FLASH, um lançador de foguetes incendiários que você deve ter visto no filme Comando Para Matar, com o velho Arnold. Dessa forma, sabe-se que qualquer uso militar por parte dos EUA de lança-chamas depois 1978 é apelo de Hollywood. Vale ressaltar que a aposentadoria desse tipo de arma se deve mais aos cuidados com a opinião pública sobre os danos causados pelo combustível usado, um tipo de napalm, que adere à pele e queima até se extinguir o combustível, do que realmente uma preocupação com o bem estar do soldado que porta o armamento, sendo esta última a razão oficial para findar a carreira de tal armamento no US Army: preservar os soldados do uso de tão perigoso equipamento. Isso não quer dizer que eles não tenham alguns em inventário... para alguma eventualidade.
     Curiosamente, o Brasil ainda desenvolvia lança-chamas em meados dos anos 80, quando ainda tinha uma indústria de defesa em franco desenvolvimento. A União Soviética usou amplamente lança-chamas durante o conflito do Afeganistão nos anos 80 e até hoje equipa seus tanques com esse dispositivo.

O personagem: Blowtorch

File Name: Hanrahan, Timothy P.
Grade: E-4
Birthplace: Tampa, Florida
Primary Specialty: Infantry Special Weapons
Secondary Specialty: Small-Arms Armorer

Blowtorch é altamente familiarizado com todos os dispositivos incendiários militares e com equipamentos de projeção de chamas. Para Blowtorch o uso do fogo é anterior ao arco e flecha. Expert Qualificado: lança-chamas M-7; família M16; Colt 1911Ai; Beretta 92.

O personagem original é colorido. Um baita de um alvo. 

A versão nacional é levemente mais escura que a estadunidense pela diferença do plástico ABS usado, que contém aditivos para a nossa incidência de UV, diferente do hemisfério norte. A outra diferença é o capacete utilizado: no Brasil usou-se o mesmo molde dos capacetes dos demais comandos em ação dos anos anteriores, enquanto nos EUA havia um capacete próprio com inserções onde se podia encaixar a máscara e que podem ser encaradas como lanternas para capacete, muitos úteis para abrir caminho em meio a fumaça de um campo atingido por chamas. 

A versão dos 25 anos reproduz esses tons. Já a versão POC tem tons mais escuros e opacos, o que o torna mais real, além dos acessórios mais específicos e um fuzil. O machado é o máximo. 

Pensando em tudo isso e vendo como era utilizada a arma durante o Vietnã, optei por  mudar tudo para algo mais urbano, como um uniforme cinza e detalhado em verde acetinado. Isso torna a figura mais próxima ao que realmente deveria ser enquanto um soldado de infantaria, mesmo que portando uma chamada "arma especial". O capacete do Acessory Pack caiu como uma luva, assim como a mochila-tanque. A máscara repintada em preto dá o tem sinistro que alguém que vai torrar seus inimigos deve ter.

      
Lança-chamas -Estrela S.A. 

Blowtorch - Hasbro INC


Blowtorch - Hasbro - 25th Anniversary

Blowtorch - Hasbro - Pursuit of Cobra

Blowtorch - Custom
Blowtorch - Custom

Blowtorch - Custom


Comparação - Tocha (Estrela) à esquerda; Blowtorch, à direita

As três figuras em comparação.

Ref.: The Illustrated Manual of U.S. Portable Flamethrowers, Charles S. Hobson, SCHIFFER PUBLISHING, 2010.

1 comment:

Analu Menezes said...

parabéns por mais um novo espaço...e gostei do nome - As Coisas como Deveriam Ser - muito bom.
Go ahead!